segunda-feira, 19 de outubro de 2020

JORNALISTAS SÃO VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NO "CASO ROBINHO"

    


    Três jornalistas do Grupo Globo foram ameaçados (inclusive de morte!) por torcedores do Santos. Motivo: Se declararam contra a contratação de Robinho. Os profissionais tiveram os números de WhatsApp vazados em grupos de mensagens. 
    São eles: Ana Thaís Matos, Carlos Cereto e Rodrigo Capelo. Também Marília Ruiz, comentarista da BAND e do UOL. Os jornalistas já desativaram os números, comunicaram às chefias e prestaram queixa à polícia que vai investir para localizar quem fez as ameaças.
    É óbvio que é inadmissível uma atitude assim de torcedores. Os profissionais  exerciam o direito de liberdade de imprensa e de expressão. Criticaram a contratação de um jogador já condenado em primeira instância por estupro na Itália. Não foi a mídia que "condenou". Foi a Justiça italiana. Robinho recorre em segunda instância e, se perder, ainda tem direito a um terceiro recurso.
    Nesse caso específico, comentaristas e repórteres afirmavam que era um absurdo, uma falta de respeito, um clube contratar alguém condenado por um crime. É a opinião deles. E de qualquer pessoa civilizada no planeta Terra.
    Tão absurda quanto a ameaça que os jornalistas sofreram, é a ideia que esses torcedores têm sobre o crime: Vários deles, vários, em comentários na internet tentam (como se tornou "comum", "histórico", "recorrente"...) atribuir a culpa do estupro à vítima e não aos acusados e condenados. O "mínimo" que dizem é que a violência aconteceu porque ela é prostituta.
    Minha gente: Ninguém, nenhuma pessoa, "pode" ser estuprada porque é prostituta. O que ela faz (ou deixa de fazer) não dá direito a que outros pratiquem violência contra ela.
    Mesma coisa com jornalistas: O fato de alguém "não gostar" do que um jornalista diz, não permite que se cometa um ato de violência contra esse profissional de imprensa. 
    Não gosta? Não veja, não ouça, não leia. Simples!