Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, um dia já foi considerado "um dos maiores traficantes de drogas no Rio de Janeiro". O marginal foi achado morto quando se encontrava preso na cela do presídio de segurança máxima (segurança máxima?) em Catanduvas, oeste do Paraná.
Maluco - que tinha uma ficha corrida extensa relacionada à venda de drogas - estava preso desde 2002. Naquele ano, ele teria participado de um outro crime, hediondo: Teria mandado matar o jornalista Tim Lopes, repórter especial do Fantástico, que fazia uma matéria sobre abusos sexuais contra menores de idade e tráfico de drogas nos bailes funk da Vila Cruzeiro, zona norte do Rio de Janeiro. Lopes foi sequestrado, torturado e morto pelo bando de Elias.
Três meses depois do crime, o traficante foi preso numa favela no Complexo do Alemão. Julgado, foi condenado a 28 anos e 6 meses de prisão. Os advogados dele afirmam que ele é inocente no caso do assassinato do jornalista. Já recorreram até ao STF pedindo habeas corpus no caso de associação ao tráfico de drogas. O ministro Marco Aurélio de Mello chegou a conceder o benefício ( caso não estivesse preso em função de outro crime).
Mas...a primeira turma do Supremo derrubou a decisão de Mello, afirmando que Elias Maluco deveria continuar preso pela "periculosidade" e o "modo de agir". Os magistrados também reforçaram que ele seria um dos principais chefes do Comando Vermelho.
O corpo do bandido foi encontrado com marcas de enforcamento. A causa da morte ainda não foi divulgada oficialmente.
O assassinato de Tim Lopes foi um daqueles episódios que fez a imprensa repensar a maneira de atuar no jornalismo investigativo e em situações de conflito. Critérios de segurança foram reforçados nesse tipo de reportagem.
Outra história em que "jornalista virou notícia" foi em 1987 quando o repórter Francisco José se tornou refém de assaltantes no Recife. Fazer o papel de "negociador" numa situação de conflito definitivamente não deve ser o trabalho de jornalista. Tem profissional treinado para isso. Pra sorte do repórter, nesse caso, a história acabou bem.
De Tim Lopes restam as lembranças de um grande homem de imprensa.