"A surpresa foi que o mal-estar tenha demorado tanto para se manifestar, principalmente no Chile. Porque o Chile é um dos países que sempre se destacou nas estatísticas da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] com um dos mais altos níveis de desigualdade. Nos anos anteriores, houve algum descontentamento, preocupação com a falta de oportunidades educacionais, greves... Historicamente, a América tem um alto nível de desigualdade. Em alguns países, houve avanços na redução da desigualdade por um longo período. O Brasil, com os governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula, e a Argentina, com os Kirchner, tiveram reduções significativas na desigualdade, e também a Bolívia. Mas o nível de desigualdades ainda é muito alto."
Joseph Stiglitz, 76 anos, ex-economista-chefe do Banco Mundial e Nobel de Economia. Esse é um trecho da entrevista que concedeu à BBC News Brasil.
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