quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

MAESTRO PARANAENSE, ARRANJADOR DA TRILHA DE "A PANTERA COR-DE-ROSA", MORRE AOS 89 ANOS

    Morreu, no Rio de Janeiro, o músico, compositor e maestro Waltel Branco. Paranaense de Paranaguá, ele morreu no dia 28 de novembro, mas a notícia só foi divulgada agora. A causa da morte é desconhecida. Também não se sabe por quê a família não informou ao público antes.
    Ao longo de 70 anos de carreira - e 89 de vida - Branco morou em vários países e fez inúmeros trabalhos. É considerado um dos autores da trilha sonora do filme "A Pantera Cor-de-Rosa", dirigido por Blake Edwards. Waltel fez parte de uma equipe de compositores de Henri Mancini, e lutou, por muito tempo, por parte dos direitos autorais da trilha.
    Veja, abaixo, a biografia de Waltel Branco.

    Compositor, regente, arranjador, diretor musical, violonista, guitarrista, contrabaixista, cavaquinista, produtor musical e professor, especialista em trilhas para novelas e cinema, Waltel Branco é um dos principais músicos do Paraná.
Consagrado pelo arranjo da trilha sonora da Pantera Cor-de-rosa, de Henry Mancini. Nasceu em Paranaguá em 1929 e iniciou-se na música aos 12 anos de idade. Teve como mestres Bento Mossurunga, Sebastião de Oliveira, Othon Saleiros e Oscar Cáceres (violão) , Padre Penalva (canto gregoriano), Jorge Kosha (música clássica), Stanley Wilson (música incidental, em Nova Iorque) e Alceo Bocchino e Mário Tavares (regência), Paulo Silva e Cláudio Santoro (composição). Na Espanha, em Santiago de Compostela, estudou técnica instrumental por alguns meses com Andrés Segóvia. Em 1943, um ano antes de ser ordenado padre, deixou o Seminário e seguiu para Cuba, acompanhando a cantora Lia Ray como arranjador, diretor musical e violonista, onde teve a oportunidade de tocar com Perez Prado, Mongo Santamaría e Chico O´Farrel. Em 1950, mudou-se para os Estados Unidos, quando estudou música incidental com o maestro Stanley Wilson. Fez várias apresentações em Nova Iorque e gravou com Franco Rosolino, Charles Mariano, Sam Noto, Mel Lewis e Max Bennet. De volta ao Brasil, Waltel atua como músico. Em 1959 participa do LP “Dance Conosco”, que teve participação de João Donato. E integra o grupo Djalma Ferreira e Milionários do Ritmo, em que estão além de Ferreira, Ed Lincoln e Miltinho. Em 1960 atua como guitarrista no LP “Sax Voz - Elizabeth Cardoso e Moacyr Silva”. Integra o Trio Surdina, com o qual grava em 1963 “Trio Surdina em Bossa Nova”.
Outro trabalho importante com a participação de Waltel Branco é o de Meirelles e Os Copa 5, com os discos “O Som” e “O novo som” de 1964 e 1965, nos quais Waltel toca com o saxofonista J. Meirelles, Roberto Menescal, Eumir Deodato, Luiz Carlos Vinhas, Manoel Gusmão, Dom Um Romão e Edison Machado. Em 1965 lança como compositor e arranjador “A turma do bom balanço”, LP com músicos importantes como Dom Salvador, Geraldo Vespar, K-Ximbinho, Edison Machado, J. Meirelles, Neco e Ed Maciel. Dois LPs de 1963 merecem destaque: “Guitarra Bossa Nova” e “Guitarras em Fogo”, ambos com participações de Baden Powell, Neco e Geraldo Vespar. Waltel Branco participa da coletânea “Violão para quem não gosta de violão”, com José da Conceição, Maurício de Oliveira e Codo, e faz a produção musical para a Orquestra Românticos de Cuba. Com a criação da TV Globo, em 1965, Waltel torna-se diretor responsável por trilhas sonoras de novelas como “Irmãos Coragem”, “Escalada”, “O Semideus”, “Bravo”, “Moreninha”, “O Feijão e o sonho”, “A escrava Isaura”, “Supermanoela” e “Vejo a lua no céu”, além de especiais da emissora. Para as novelas, compôs também trilhas internacionais, sob o pseudônimo de W. Blanc. Na Rede Globo foi regente de diversos festivais entre 1965 e 1985. Muitos compositores criaram músicas em homenagem a Waltel: Radamés Gnatalli, Cláudio Santoro, Guerra Peixe, Laurindo de Almeida, José Menezes, Theodoro Nogueira, Luiz Bonfá e, recentemente, Cláudio Menandro. Regeu diversas orquestras, entre as quais a Orquestra Jovem Santa Cecília, em Roma, a Orquestra de Cordas da CBS, a Orquestra Romanza (para Som Livre) e a Orquestra Sinfônica de Brasília. Waltel Branco criou arranjos para Dorival Caymmi (“Retirantes”, de Escrava Isaura), João Gilberto, Rosa Passos (o LP “Curare”), Flora Purim ( LP “Flora é MPM”), Maria Creuza, Vanusa, Zé Kéti, Peri Ribeiro (LP “Alvorada”), Carlinhos Vergueiro, Sérgio Ricardo, Dom Um Romão (LP “Dom Um”), Toni Tornado (LP “Toni Tornado”), Tim Maia (LP “Tim Maia”) , Jane Duboc (LP “Languidez”), e Odair José. No seu currículo constam também a produção e direção musical dos LPs de Freddy Cole e Johnny Mathis, gravados para a Som Livre. Gravou quatro discos de música erudita. Na música popular destacam-se os LPs “Recital”, “Meu balanço”, “Batucada fantástica”, “Mancini também é samba” e “Violão em 2 estilos”, dividido com Rosinha de Valença. Em CD lançou “Kabiesi”, em 1997, “Naipi”, em 2002 e “Meu Novo Balanço”, em 2007, que é o relançamento de “Meu balanço” e algumas músicas inéditas. Em 2006, teve várias de suas trilhas para TV relançadas nacionalmente em CD no projeto “Som Livre Masters Trilhas”.
                                                 (fonte: www.waltelbranco101.com.br)




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