Toda e qualquer agressão é condenável, claro, e deve ser noticiada. Mas esse caso ganhou maior repercussão - e a Globo vem "bombando" a história há duas semanas - porque a mulher é "atriz da casa" e ex-modelo. O homem é ex-diplomata. Ou seja, existe, aí um certo "glamour" no casal. Óbvio que quanto mais se divulgar uma brutalidade, melhor para combatê-la, para conscientizar a população.
Mas e quantas mulheres - por esse Brasilzão de meu Deus - não sofrem, também, agressões e não conseguem "espaço na mídia" pra fazer uma denúncia? Segundo a ONU, 137 mulheres são vítimas de assassinato, todo dia. E esses crimes são cometidos por quem? Pelos companheiros, ex-maridos ou familiares (maioria homens).
Nessa estatística, aparecem pobres, negras, ricas, brancas. A violência "não tem preferência" por condição social ou raça. Se partirmos do princípio de que, segundo o relatório da ONU, o assassinato é o desfecho de uma violência que já existe há algum tempo e que "pode ser evitada", a mídia deve fazer a parte dela e denunciar não só os casos das "vítimas famosas", mas também, a surra que a "dona Maria" ali da esquina levou e que (quase) ninguém fica sabendo.
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