O “Brasil acima de tudo” é o Brasil do condomínio fechado, branco e endinheirado, não o Brasil de verdade, que encara sua desigualdade e abraça sua diversidade. É um Brasil que se odeia, na verdade. É um Brasil de mulheres iguais, brancas, magras, casadas e viajadas.
Não é de se estranhar que mulheres apoiem Bolsonaro: isso se insere dentro de um modelo padrão no qual a ameaça ao feminino e à mulher é um fato histórico que deriva de um lado de uma projeção distorcida e colonizada da beleza da mulher e, de outro, do conservadorismo patriarcal e religioso que controla os corpos e o desejo das mulheres. Como tudo que é dominante, muitas vezes são as próprias mulheres que exercem o biopoder regulador sobre si próprias.
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