quinta-feira, 20 de setembro de 2018

FHC "SE FINGE DE MORTO", NÃO ASSUME A "GASOLINA QUE O PSDB JOGOU" NA "FOGUEIRA BRASIL", E PROCURA FALAR COMO "ESTADISTA"

    Ele - e os outros caciques do PSDB - não satisfeitos com a legítima escolha popular feita nas urnas em 2014, criaram o "terceiro turno" daquelas eleições e tiraram Dilma Roussef da Presidência (sem crime de responsabilidade). Parte pra satisfazer a "birra" de Aécio - inconformado com a derrota - parte pra seguir com um "projeto de poder" que reuniu, também, Eduardo Cunha, Michel Temer e todo o "centrão e a direita".
    O senador tucano Tasso Jereissati declarou, há poucos dias, que dois grandes erros do PSDB foram: apoiar o golpe de 2016; e  participar do governo Temer. Autocrítica feita, vamos lembrar aqui que atitudes do PSDB na base do "topa tudo por poder", levaram a criação de uma candidatura de extrema direita. Essa do ex-capitão.
    Agora, FHC vem falar na importância de uma "liderança serena". Mas é curioso que ele "não assume" publicamente a candidatura de Alckmin, do partido dele.
    Veja trecho de uma "carta aos eleitores e eleitoras" que Fernando Henrique publicou na rede social:

    "Os partidos têm responsabilidade nessa crise. Nos últimos anos, lançaram-se com voracidade crescente ao butim do Estado, enredando-se na corrupção, não apenas individual, mas institucional: nomeando agentes políticos para, em conivência com chefes de empresas, privadas e públicas, desviarem recursos para os cofres partidários e suas campanhas. É um fato a desmoralização do sistema político inteiro, mesmo que nem todos hajam participado da sanha devastadora de recursos públicos. A proliferação dos partidos (mais de 20 na Câmara Federal e muitos outros na fila para serem registrados) acelerou o “dá-cá, toma-lá” e levou de roldão o sistema eleitoral-partidário que montamos na Constituição de 1988. Ou se restabelece a confiança nos partidos e na política ou nada de duradouro será feito.
    É neste quadro preocupante que se vê a radicalização dos sentimentos políticos. A gravidade de uma facada com intenções assassinas haver ferido o candidato que está à frente nas pesquisas eleitorais deveria servir como um grito de alerta: basta de pregar o ódio, tantas vezes estimulado pela própria vítima do atentado. O fato de ser este o candidato à frente das pesquisas e ter ele como principal opositor quem representa um líder preso por acusações de corrupção mostra o ponto a que chegamos. 
Ainda há tempo para deter a marcha da insensatez. Como nas Diretas-já, não é o partidarismo, nem muito menos o personalismo, que devolverá rumo ao desenvolvimento social e econômico. É preciso revalorizar a virtude da tolerância à política, requisito para que a democracia funcione. Qualquer dos polos da radicalização atual que seja vencedor terá enormes dificuldades para obter a coesão nacional suficiente e necessária para adoção das medidas que levem à superação da crise. As promessas que têm sido feitas são irrealizáveis. As demandas do povo se transformarão em insatisfação ainda maior, num quadro de violência crescente e expansão do crime organizado. 
    Sem que haja escolha de uma liderança serena que saiba ouvir, que seja honesto, que tenha experiência e capacidade política para pacificar e governar o país; sem que a sociedade civil volte a atuar como tal e não como massa de manobra de partidos; sem que os candidatos que não apostam em soluções extremas se reúnam e decidam apoiar quem melhores condições de êxito eleitoral tiver, a crise tenderá certamente a se agravar. Os maiores interessados nesse encontro e nessa convergência devem ser os próprios candidatos que não se aliam às visões radicais que opõem “eles” contra ”nós”. 
Não é de estagnação econômica, regressão política e social que o Brasil precisa. Somos todos responsáveis para evitar esse descaminho. É hora de juntar forças e escolher bem, antes que os acontecimentos nos levem para uma perigosa radicalização. Pensemos no país e não apenas nos partidos, neste ou naquele candidato. Caso contrário, será impossível mudar para melhor a vida do povo. É isto o que está em jogo: o povo e o país. A Nação é o que importa neste momento decisivo."



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