"Criamos uma sociedade viciada no Estado. Temos que expandir a sociedade civil. Essa presença excessiva do Estado gera uma cultura de compadrio e favorecimento que está por trás do loteamento de cargos públicos. (...) "Essa é uma disfunção que ainda não superamos. Ainda temos, no Brasil, elites extrativistas que conduzem o país apropriando-se do espaço publico para repartir em feudos e loteamentos. (...) "A corrupção no Brasil não foi produto de um conjunto de falhas individuais, é uma corrupção sistêmica e endêmica que envolver estatais, agentes públicos, privados, membros do Executivo, do Legislativo. (...) Ainda vivemos um país em que, talvez pelo fruto da escravidão, há a crença de que ainda existem superiores e inferiores. Criamos cultura em que cada um quer imunidade tributária, quer seu foro privilegiado, seu carro oficial e e sua prisão especial. (...) "Outro problema a universidade pública. Ela custa caro e dá baixo retorno. O Estado brasileiro não tem dinheiro suficiente para bancar uma universidade pública com a qualidade que o Brasil precisa. (...) "A universidade tem que ser capaz de auto-sustentabilidade, prestar serviços com à sociedade, e obter filantropia. Já há ricos suficientes no Brasil. Eles dão dinheiro a Harvard e a Yale.(...) A universidade publica é muito importante, mas o Estado tem obrigações também com o ensino básico e a universidade tem que ser capaz de arrecadar legitimamente recursos. Não é privatização arrecadar dinheiro".
Roberto Barroso, ministro do STJ, em palestra, nesse sábado, para estudantes no Brasil Forum UK, realizado no Reino Unido, organizado pelos alunos brasileiros.
Bora Pensar! Algumas considerações:
1. O poder público (executivo, legislativo e judiciário) é "viciado" no Estado. Essa "herança maldita" portuguesa, essa "visão cartorial" da sociedade, faz com que quem tem o poder (público) ache que tudo pode, que tudo pode ter.
2. Esse "vício" não é exclusividade desse ou daquele poder - ou mesmo da população: vide o caso do "auxílio-moradia" de magistrados. E não está se discutindo, aqui, se é legal ou não...
3. O poder judiciário pode fazer a parte dele na melhora do país. Mas quando tem uma oportunidade - às vezes - a intenção fica pela metade: o "fim do foro" foi apenas para senadores e deputados. E presidente, governadores, prefeitos, ministros, magistrados? A decisão da "seletividade" foi do STF.
4. Não é só a Universidade que custa caro. O ensino fundamental, o ensino médio, o ensino profissionalizante. Mas Educação é INVESTIMENTO, não é DESPESA. Quer um país melhor? Invista em educação!
BARROSO FEZ PALESTRA NO REINO UNIDO
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