Amigos, de uma forma ou de outra, já se manifestaram afirmando que a maneira "menos inteligente" de protestar contra determinada TV, jornal, rádio ou revista, é batendo em repórter. Se não gosta da posição ideológica/editorial de determinada mídia, tem um jeito mais "fácil" de fazer esse protesto: é não assistir, é não ler, é não ouvir.
Digo mais: jornalista é apenas um trabalhador, que como qualquer, qualquer outro trabalhador merece respeito. Ele está lá no sagrado ofício de conseguir as informações pra passar para o público. Se a empresa dele age de um jeito que "desagrada" quem está protestando, se o comentarista diz alguma besteira no estúdio, não é o repórter que deve "pagar" por isso.
Mas uma coisa também lembro aqui: sendo trabalhador como outro qualquer, jornalistas também devem conhecer ( e fazer com que reconheçam) seus direitos: se as condições de trabalho não são as adequadas, que reclamem disso. Que formalizem um protesto, que, se preciso, façam greve para serem ouvidos. Profissional de comunicação não é uma "categoria especial" (apesar de muitos se verem assim...), que "não pode/não deve" fazer greve...
Lembram daquele confronto no ano passado em Curitiba quando tivemos jornalistas feridos, muitos por bombas de "efeito moral/gás lacrimogênio"? Lembram que sugeri que os colegas procurassem suas chefias para que essas procurassem os patrões pra exigir condições mais seguras de trabalho? Vocês fizeram isso?
Abaixo, trecho de um texto do jornalista Leonardo Sakamoto sobre as agressões aos jornalistas:
"Cansei de denunciar a violência contra jornalistas que cobrem atos e manifestações, da direita à esquerda, ao longo dos anos. De agressões a quem cobre protesto contra a prisão do ex-presidente até tiros no ônibus que levava os jornalistas na caravana de Lula no região Sul, seguimos um caminho perigoso contra a liberdade de expressão e os profissionais de comunicação. Se nossa categoria se visse como trabalhadora, já teria cruzado os braços diante da percepção de que veremos (mais) colegas sendo mortos até as eleições em outubro."
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