Curitiba, a capital mais fria do país, nunca teve tradição de samba.Verdade seja dita. Tivemos - ao longo da história - um número não muito grande de sambistas. Mas dá pra destacar alguns: Ciro Morais, Mãe Orminda,Gogó de Ouro e Lápis, talvez o mais conhecido, de maior projeção. Grupos como "Samba Mania", Departamento de Samba e Samba Sim Senhor.
O carnaval de rua sempre existiu na cidade. Mas sem aquela tradição de centros como Rio e São Paulo. A folia de momo, durante muitos anos, rolou nos salões dos clubes. Hoje, praticamente acabou nas "sociedades". A festa na rua voltou a ganhar um pouco mais de força com o bloco Garibaldis & Sacis. Quem curtia carnaval nos "salões" de Curitiba, de uns anos pra cá passou a ir pra praia, sair atrás da Banda de Caiobá e da Banda de Guaratuba.
Os "bailes de clubes" marcaram muitos carnavais na cidade. Era festa em todo lugar. Tinha a "matinê" ( o baile infantil) e a folia à noite (o baile adulto). Trabalhei durante muito tempo em cobertura de carnaval. Lembro que, por noite, tínhamos 5 ou 6 equipes que "rodavam" as sociedades curitibanas.
No domingo de carnaval tinha o "Baile da Escolha da Bem Bolada" do qual participavam as, digamos, "moças da noite"...na segunda-feira, era a vez do Clube Operário com o "Gala Gay" que reunia travestis de todo o Brasil...moderninha e avançadinha essa Curitiba, hein?!
Mas tudo isso acabou.
O desfile das escolas ainda resiste. Mas o "carnaval de clubes" quase não existe mais.
Mas Curitiba sempre se reinventa: agora a (já) famosa "Zombie Walk" atrai muita gente. Em 2018, diz que foram 25 mil pessoas na folia dos "mortos/vivos".
Taí, quem sabe, a explicação para Curitiba ser o "cemitério do samba".
UM BAILE EM CURITIBA EM 1949
O "BEM BOLADA" GARANTIA O AGITO NA NOITE DE DOMINGO
O "GALA GAY" ERA NAS NOITES DE SEGUNDA-FEIRA
A "ZOMBIE WALK" ARRASTA MULTIDÕES PELAS RUAS DE CURITIBA
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