Já pensou que delícia era ser o chefe do escritório do Paraná no...Rio de Janeiro. Há muito tempo, quando o Rio era a cidade realmente maravilhosa?
Vai ver que é de lá que vem a "veia poética" de Nasser, 80 anos, para escrever crônicas. Seus textos, durante algum tempo, foram publicados na "Gazeta do Povo". Esse, abaixo, foi um deles. Jornalista conservador, católico e de direita. Tinha o perfil do jornal.
COISAS QUE IRRITAM
Carlos Nassser
Você provavelmente deve ter uma série de coisas que lhe irritam, que não são fáceis de aceitar, que só absorvemos por não poder impedir.
Vamos juntos fazer uma lista, tenho certeza que encontraremos pontos comuns. Começo por não aceitar casais que, na Igreja, ficam agarrados. Acho total falta de respeito e de concentração na missa, uma postura inaceitável.
Também na Igreja não aceito pessoas de bermudas e sandálias, como se estivessem na praia ou bebendo chope num bar da esquina. O que me fascina na Itália é o respeito absoluto nas missas pelas tradições que são conservadas. Homens de terno e gravata, mulheres de roupas adequadas, assim é nos restaurantes, nos cinemas e até em campos de futebol.
Os dirigentes usam gravata, casacos e ficam sentados com a postura adequada. Ninguém vai morrer de calor por uma hora usando calça e sapatos normais em qualquer lugar.
Adoro crianças, mas educadas, que não chorem nem corram nos restaurantes. Os pais imóveis, indiferentes ao barulho e a perturbação no ambiente.
Já escrevi várias vezes que tenho horror em dar a mão quando estou comendo. Não é higiênico e totalmente inusitado. Basta cumprimentar verbalmente. É inclusive mais educado e correto. Basta dizer, como vai? Como está? Como vai a família? Que prazer em vê-lo! Imagine um inglês entrar num restaurante e estender a mão para um conhecido que esteja fazendo uma refeição, impossível.
Já escrevi várias vezes que tenho horror em dar a mão quando estou comendo. Não é higiênico e totalmente inusitado. Basta cumprimentar verbalmente. É inclusive mais educado e correto. Basta dizer, como vai? Como está? Como vai a família? Que prazer em vê-lo! Imagine um inglês entrar num restaurante e estender a mão para um conhecido que esteja fazendo uma refeição, impossível.
Também não aceito este atendimento telefônico brega que se instituiu: “Quem?” Então você liga para minha casa e diz a seco, quem? Uma interpelação grosseira, não uma aproximação natural. Me irrita profundamente conversas e sussurros no cinema. Como pessoas que colocam os pés nas cadeiras e se movimentam.
Tem um ex-governador que faz isso, sem cerimônia, já vi várias vezes. Cinema, teatro ou mesmo futebol exige concentração. Falo pouco ou quase nada assistindo a um jogo. Amadores é que gritam e discutem no campo. Mas é tolerável, desde que fiquem longe de mim. Garçom que não presta atenção nos pedidos, nem anota detalhes do que se deseja mudar num prato. Ou como deve ser o filé, mal passado ou ao ponto. Coca-cola com gelo e limão? Não, Coca diet, simples. Por que o gelo e limão?
Motoristas que avançam sinais no amarelo, não respeitam pedestres, exibindo uma pressa descomunal. Vão aonde? Operar na Bolsa de Nova Iorque? Ou, como se dizia antigamente, tirar o pai da forca. Nada no Brasil é urgente a ponto de se atropelar uma pessoa de idade ou uma criança distraída. E as pessoas que falam alto nos celulares em lugares públicos? O mundo é deles? O elevador também?
Motoristas que avançam sinais no amarelo, não respeitam pedestres, exibindo uma pressa descomunal. Vão aonde? Operar na Bolsa de Nova Iorque? Ou, como se dizia antigamente, tirar o pai da forca. Nada no Brasil é urgente a ponto de se atropelar uma pessoa de idade ou uma criança distraída. E as pessoas que falam alto nos celulares em lugares públicos? O mundo é deles? O elevador também?
Afinal sinto que cada vez mais há pouca educação no meio que vivo. O Carlos Alberto Pêssoa, se empolgando com sua forma física, me disse que viverá até os 100 anos. Pois eu não quero.
Imagine agüentar daqui mais uns anos os comentaristas de futebol nas televisões falando besteiras com ar de profetas infalíveis. Ou o PT ganhar mais uma eleição e começar tudo de novo nos julgamentos indignos. Mas aí eu mudo de país. Vou viver na Itália.
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