Foi, sem dúvida, o maior empresário da área de comunicação do Paraná. Transformou a "Gazeta do Povo" de um jornal provinciano no "Grande Jornal do Paraná" como dizia o slogan do diário impresso. Chegou a rodar mais de 150 mil exemplares aos domingos. Sob o comando do empresário, teve mais de 100 mil assinantes. Com a TV foi a mesma coisa. Ainda na década de 60, comprou o antigo Canal 12 de Curitiba e transformou aquela emissora numa grande rede estadual de televisão, filiada à TV Globo.
Além de intelectual, doutor Francisco tinha uma visão de empreendedorismo e de desenvolvimento como poucos paranaenses. Liderou campanhas: Conclusão da Rodovia do Xisto (em São Mateus do Sul), "Curitiba, Capital do Mercosul", pagamento de royalties da Usina de Itaipu aos municípios alagados pela construção do reservatório da hidrelétrica, implantação do ILS-3 no Aeroporto Afonso Pena, e a campanha pela unidade do Paraná (contra a proposta de criação do estado do Iguaçu).
Francisco Cunha Pereira Filho era um capitalista moderno com uma visão muito diferente de outros colegas. Sabia que a missão do empresário não é apenas ganhar mais dinheiro, enriquecer. Era muito consciente do "papel social" que deveria exercer através da comunicação, ajudando a diminuir ou acabar com injustiças. Com os seus empregados não era diferente. Uma visão muito clara de justiça, de reconhecimento pelo esforço de quem o ajudou a construir essa grande empresa. A divisão do ganho, do lucro - de uma forma generosa, mas correta - com todos que colaboraram para que os objetivos fossem alcançados. Divisão do jeito dele, com o "feeling" dele.
Dentre tantas lições que deixou, uma é importante sempre ser lembrada no fim de cada ano: "Nunca mande embora um empregado na época do Natal!". É, ou não, uma visão humanista, verdadeiramente cristã, do negócio, de que as pessoas não são apenas números?
Qualquer dia, começo a contar, aqui nesse blog, histórias dessa visão humana muito própria do doutor Francisco. Anote aí: se um dia (e espero que sim) os empresários desse país começarem a ter essa "visão humanista" das companhias, do cuidado e do reconhecimento com os "colaboradores", isso não será nenhuma, repito, nenhuma novidade pra quem conheceu Francisco Cunha Pereira Filho.
A HOMENAGEM AO DOUTOR FRANCISCO NO TRE-PR
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