O ex-(poderoso) ministro e ex-deputado, José Dirceu, mandou do Complexo Médico Penal,em Pinhais, região de Curitiba, uma carta para os amigos. O conteúdo foi,primeiro, divulgado pelo "Estadão". O Bora Pensar apresenta, aqui, alguns trechos da missiva com as "Memórias do Cárcere" de Zé Dirceu.
"O preso primeiro chora, depois chama a mãe e seus santos, e faz remissão, direito do condenado de abreviar a pena mediante trabalho, estudo e leitura".
"Fora a remissão, o trabalho, a leitura, o estudo e a escrita transformam a prisão em vida produtiva e criativa, além de passar o tempo de maneira útil e agradável".
"O que tem na biblioteca: Em geral, literatura brasileira e mundial, autoajuda, espiritismo, cristianismo, catolicismo, correntes evangélicas. Nossos clássicos - e outros atuais - estão à disposição".
"Espelho não é permitido. É preciso usar um prato grande e limpo pra se ver refletido. Bebida, cigarro, gordura, ou é proibido ou não existe simplesmente....o preso deve fazer exercícios todos os dias. No meu caso, 71 anos, é light".
No fim da carta, ele critica o sistema judiciário brasileiro:
"A falta de trabalho, de colônias agrícolas e industriais, e de escolas. O mais grave é a incapacidade do judiciário-MPF e dos juízes frente a um quadro de injustiça e ilegalidade único - 40 % dos presos são provisórios, não julgados. A tudo isso, soma-se a superlotação e a degradação dos presídios. Fora a corrupção ou mesmo o controle dos presídios pelo crime organizado".
O juiz federal Sérgio Moro já condenou duas vezes o ex-ministro José Dirceu: a 20 anos e 10 meses de prisão em um processo e a 11 anos e 3 meses em outro
ZÉ DIRCEU: MEMÓRIAS DO CÁRCERE
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