INTOLERÂNCIA REAL NO MUNDO VIRTUAL

    Você vê até que ponto chega a intolerância num país dividido como o nosso. Depois que os ânimos ficaram cada vez mais exaltados, com o resultado das eleições presidenciais de 2014, pra citar fatos mais recentes, surgindo uma "divisão política" no Brasil (a gente via carros circulando com o adesivo "Não tenho culpa, votei no Aécio"...); a partir de então, começou a batalha nas redes sociais entre "coxinhas" e "mortadelas" (aliás, "coxinha" e "mortadela" são um perigo em tempo de denúncia de carne podre, mas isso é assunto para outro texto...).

    O que aconteceu foi uma espécie de "bipartidarismo" na internet. Ou você "é de um lado" ou você "é de outro"...não "ouse" tentar argumentar algo sobre um dos dois lados, que já vão dizer que você é inimigo. Você pode até simpatizar com algum grupo - mas se for fazer qualquer crítica ou comentário que não seja "simpático" sobre esse determinado grupo - vão te "detonar" porque você "não entende o processo". E muitas vezes, infelizmente, pessoas que se metem nesse "bipartidarismo" não têm argumentos seguros, não têm conhecimento histórico nem político. Então não pode dar opinião? Não é isso! Pode, mas tem que, pelo menos, procurar se informar melhor.

    Você percebe que a intolerância na internet ganhou dimensões inimagináveis quando, por exemplo, alguém coloca assim no "face": "se você for petista, nem me adicione no teu grupo de amigos". Vi isso ontem. Então nós vamos escolher um "amigo virtual" de acordo com as convicções politicas dessa pessoa? Será que "não dá" pra ter amigo petista, tucano, democrata, comunista? Onde está a democracia? 

    O escritor e filólogo italiano Umberto Eco já disse que "as redes sociais dão o direito à palavra a uma legião de imbecis que antes falavam apenas em um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade."

                                                              

(foto: homoliteratus.com)

ECO: A REDE SOCIAL, O IMBECIL E A OPINIÃO